IGP-M sobe 0,81% em junho
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou uma variação de 0,81% em junho, demonstrando uma desaceleração em relação ao mês anterior, quando apresentou taxa de 0,89%. Com esse resultado, o índice acumula alta de 1,10% no ano e de 2,45% nos últimos 12 meses. Em junho de 2023, o índice tinha registrado taxa de -1,93% no mês e acumulava queda de 6,86% em 12 meses anteriores.
"Os desafios climáticos e a sazonalidade foram determinantes nos destaques do índice ao produtor e do índice ao consumidor. No IPA, as maiores contribuições vieram da soja, do café, da batata e do leite; itens que também tiveram impacto no IPC. Não por coincidência, a batata e o leite também foram destaques significativos no varejo. Além disso, o INCC apresentou avanço influenciado pela mão de obra”. Essas observações foram detalhadas por André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.
Qual o valor do IGP-M acumulado para junho de 2024?
O IGP-M acumula alta de 2,45% nos últimos 12 meses.
Mês de referência | Evolução Mensal | Acumulado 12 meses |
---|---|---|
jun/24 | 0,81% | 2,45% |
mai/24 | 0,89% | -0,34% |
abr/24 | 0,31% | -3,04% |
mar/24 | -0,47% | -4,26% |
fev/24 | -0,52% | -3,76% |
jan/24 | 0,07% | -3,32% |
dez/23 | 0,74% | -3,18% |
nov/23 | 0,59% | -3,46% |
out/23 | 0,50% | -4,57% |
set/23 | 0,37% | -5,97% |
ago/23 | -0,14% | -7,20% |
jul/23 | -0,72% | -7,72% |
jun/23 | -1,93% | -6,86% |
Variação% acumulada em 12 meses
Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)
Em junho, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,89%, uma aceleração de menor intensidade em relação ao comportamento observado em maio, quando registrou alta de 1,06%. Analisando os diferentes estágios de processamento, percebe-se que o grupo de Bens Finais subiu 1,08% em junho, uma notável aceleração em relação a taxa de 0,06% registrada no mês anterior. Esse acréscimo foi impulsionado principalmente pelo subgrupo de alimentos in natura, cuja taxa passou de -3,67% para 3,00%, no mesmo intervalo. Além disso, o índice correspondente a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo, subiu de 0,50% em maio para 0,94% em junho.
A taxa do grupo Bens Intermediários variou 0,42% em junho, suavizando a alta observada no mês anterior, quando registrou 1,03%. O principal fator que influenciou esse movimento foi o subgrupo de materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 1,44% para 0,69%. O índice de Bens Intermediários (ex) (excluindo o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção) variou 0,74% em junho, após registrar alta 1,01% em maio.
O estágio das Matérias-Primas Brutas apresentou uma alta de 1,25% em junho, menos expressiva quando comparado ao mês de maio, quando subiu 2,15%. A desaceleração deste grupo foi influenciada principalmente por itens chave, tais como o minério de ferro, que inverteu sua taxa de uma alta de 8,18% para uma queda de 0,84%, os bovinos, cuja taxa alterou de 0,43% para -2,60%, e mandioca/aipim, que passou de 1,37% para -5,19%. Em contraste, alguns itens tiveram um comportamento oposto, entre os quais se destacam a laranja, que diminuiu de uma queda de -12,20% para -2,47%, a cana-de-açúcar, que suavizou a queda de -2,33% para -0,35% e o cacau, que inverteu sua taxa, passando de -11,60% para 14,09%.
Índice de Preços ao Consumidor (IPC)
Em junho, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou uma variação de 0,46%, avançando em relação à taxa de 0,44% observada em maio. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, quatro delas exibiram aceleração em suas taxas de variação. O maior impacto veio do grupo Alimentação, cuja taxa de variação passou de 0,51% para 0,96%. Dentro desta classe de despesa, é importante destacar o subitem leite tipo longa vida, que passou de 1,60% na medição anterior para 8,86% na atual.
Também apresentaram avanço em suas taxas de variação os grupos Vestuário (-0,58% para 0,42%), Habitação (0,29% para 0,38%) e Despesas Diversas (0,20% para 0,45%). Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: roupas (-0,73% para 0,41%), equipamentos eletrônicos (-0,63% para -0,02%) e serviços bancários (0,02% para 0,73%).
Em contrapartida, os grupos Transportes (0,66% para 0,28%), Educação, Leitura e Recreação (0,13% para -0,23%), Comunicação (0,58% para 0,07%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,78% para 0,68%) exibiram recuo em suas taxas de variação. Dentro destas classes de despesa, é importante destacar os itens: gasolina (1,70% para 0,54%), passagem aérea (0,47% para -1,44%), tarifa de telefone móvel (1,26% para 0,16%) e medicamentos em geral (1,44% para -0,07%).
Índice Nacional de Custo da Construção (INCC)
Em junho, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma alta de 0,93%, um valor superior à taxa de 0,59% observada em maio. Analisando os três grupos constituintes do INCC, observam-se as seguintes variações na transição de maio para junho: o grupo Materiais e Equipamentos apresentou um avanço, passando de 0,25% para 0,48%; o grupo Serviços teve um recuo, passando de 0,50% para 0,29%; e o grupo Mão de Obra registrou novo avanço, variando de 1,05% para 1,61%.
O estudo completo está disponível no site.
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Variação % mensal
Calendário de divulgação 2024:
- Janeiro: 30/01/2024
- Fevereiro: 27/02/2023
- Março: 29/03/2024
- Abril: 29/04/2024
- Maio: 29/05/2024
- Junho: 27/06/2024
- Julho: 30/07/2024
- Agosto: 29/08/2024
- Setembro: 27/09/2024
- Outubro: 30/10/2024
- Novembro: 28/11/2024
- Dezembro: 27/12/2024
Confira todos os resultados do IGP-M em 2024.
Resultados anos anteriores:
- IGP-M 2020 - Divulgações mensais
- IGP-M 2021 - Divulgações mensais
- IGP-M 2022 - Divulgações mensais
- IGP-M 2023 - Divulgações mensais
O que é o IGP-M?
O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) é divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE). O indicador foi concebido no final dos anos de 1940 para ser uma medida abrangente do movimento de preços, que englobasse não apenas diferentes atividades como também etapas distintas do processo produtivo. Dessa forma, o IGP é um indicador mensal do nível de atividade econômica do país, englobando seus principais setores.
O IGP possui três versões com coleta de preços encadeada: o IGP-10 (com base nos preços apurados dos dias 11 do mês anterior ao dia 10 do mês da coleta), IGP-DI (de 1 a 30) e o mais popular deles, o Índice Geral de Preços – Mercado, ou simplesmente IGP-M, que apura informações sobre a variação de preços do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de coleta.
O IGP-M é utilizado amplamente na fórmula paramétrica de reajuste de tarifas públicas (energia e telefonia), em contratos de aluguéis e em contratos de prestação de serviços.
Como o IGP-M é calculado?
O cálculo do IGP-M, assim como os outros dois indicadores (IGP-10 e IGP-DI), tem em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil. Dessa forma, o resultado do IGP-M é a média aritmética ponderada da inflação ao produtor (IPA), consumidor (IPC) e construção civil (INCC).
- Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA);
- Índice de Preços ao Consumidor (IPC);
- Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
Os pesos de cada um dos índices componentes correspondem a parcelas da despesa interna bruta, calculadas com base nas Contas Nacionais – resultando na seguinte distribuição:
- 60% para o IPA;
- 30% para o IPC;
- 10% para o INCC;
Nesse contexto, o IPA é o indicador que monitora a variação de preços percebidos por produtores, ao passo que o IPC acompanha o comportamento dos preços que impactam diretamente o consumidor final. Por fim, o INCC apresenta os custos para a construção civil, em uma análise que leva em conta a variação de preços de materiais de construção e custo de mão de obra especializada.
Como o IGP-M é utilizado?
O IGP-M é um dos índices componentes de fórmulas paramétricas utilizadas por empresas de telefonia e de energia elétrica, respondendo parcialmente pelos reajustes tarifários desses segmentos. O Índice Geral de Preços – Mercado também é utilizado como o indexador de contratos de empresas prestadoras de serviço de diversas categorias, como educação e planos de saúde. Além disso, o IGP-M se popularizou por ser amplamente utilizado como referência para o setor imobiliário, para o reajuste de contratos de aluguel.
Por seu histórico regular de divulgação desde a década de 1940, o IGP-M também é citado em vários contratos público-privados dos mais variados segmentos. Alguns de seus componentes, como o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), também servem de referência para reajustes de preços.
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